Quando falamos na carreira do ator/atriz, nosso primeiro pensamento é no momento de estar em cena, seja nos palcos ou diante das câmeras nos sets de gravação. Mas antes de alcançar o resultado final, é necessário que o ator tenha muito preparo físico e cultural, e para isso é preciso domínio sobre diversas técnicas teatrais. Além de ensaiar, a leitura de bons livros contribui – e muito – para o desenvolvimento do profissional das artes cênicas. Toda a bagagem intelectual que a leitura traz para os atores é crucial na construção de um repertório cultural e melhora a capacidade de desenvolver personagens em cena, por exemplo. Para ajudar quem quer atuar profissionalmente e se entregar de corpo e alma para essa arte, selecionamos 7 livros importantíssimos e que são essenciais no processo de formação dos atores. Dá uma olhada!
1 – A Preparação do Ator (Constantin Stanislavski)
O livro “A Preparação do Ator” é direcionado tanto para atores – profissionais ou amadores – como para aqueles que são apenas admiradores da arte de atuar. Na obra, Stanislavski utiliza recursos da ficção para transmitir suas ideias e ensinamentos. O autor é uma das principais referências nas Artes Cênicas e é impossível se tornar um ator profissional sem ler algum de seus livros ao menos uma vez na vida. Confira a sinopse:
“O primeiro volume de uma trilogia tanto para os que atuam e dirigem, quanto para os que apenas estudam teatro. Coube a Stanislavski a importante tarefa de sistematizar os conhecimentos intuitivos dos grandes atores do passado e de explicação ao ator contemporâneo como agir no momento da criação ou da realização. O seu sistema não é uma continuação das idéias expostas nos velhos manuais. É antes uma quebra da tradicional maneira de ensinar. O trabalho do ator, segundo o sistema de Stanislavski não equivale a um estilo de representação. É, como qualquer técnica, um meio e não uma finalidade. É o próprio Stanislavski quem diz: “Ele (seus sistema) só tem utilidade quando se transforma numa segunda natureza do ator, quando este deixa de ser preocupar com ele e quando seus efeitos começam a aparecer naturalmente em seu trabalho”. A técnica deve ser absorvida e nunca aparecer na realização. Esta é o resultado e a técnica funciona como estímulo ao processo criador.”
2 – A Construção da Personagem (Constantin Stanislavski)
Nessa continuação da obra “A Preparação do Ator”, Stanislavski discorre sobre a atuação como arte, que é para o autor a mais alta expressão da natureza humana. Confira a sinopse:
“O segundo volume de uma trilogia: tanto para os que atuam e dirigem quanto para os que apenas estudam teatro. Neste livro, a ênfase recai na atuação como arte e na arte como a expressão mais alta da natureza humana. Sua volta constante ao estudo da natureza humana é o que distingue aquilo que se tornou conhecido como o Sistema Stanislavski. É o alicerce de todas as suas teorias e a razão de estarem sempre sofrendo leves modificações: cada volta ao estudo dos seres humanos ensinava algo novo. Como ele diz do seu método neste livro: ‘não é uma roupa feita para enfiar e sair andando, nem um livro de cozinha onde só temos de achar a página e a receita lá está. Não, é um sistema total de vida’.
Segundo o dramaturgo Dias Gomes, ‘Stanislávski hesitou muito em escrever esse livro. Sua hesitação se devia ao fato de temer a dogmatização de seu sistema, a sua transformação num formulário rígido e inalterável para a representação teatral’. ‘A Preparação do Ator’ e o próprio ‘A Construção da Personagem’ não apresentam mandamentos para o ator, mas um sistema verdadeiramente criador, sujeito a permanentes revisões e adaptações à novas realidades.’
Stanislavski não é a varinha mágica com a qual qualquer um poderá ser ator; mas hoje em dia chega a ser absurdo que algum ator o desconheça. Ainda que não o adote, ainda que o recuse. A construção da personagem transcende o interesse estrito dos profissionais ou amantes do teatro. Na verdade, é o romance da fascinante aventura do homem em busca de um conhecimento maior de si mesmo e de seu semelhante.”
3 – A Criação de um Papel (Constantin Stanislavski)
Sendo o terceiro volume da trilogia, nesse livro Stanislavski fala sobre a preparação do ator no momento de desenvolver um papel e cita as prováveis dificuldades que o profissional pode enfrentar durante a criação de seus personagens, além de avaliar cenas e estudar atitudes de personagens. Confira a sinopse:
“O terceiro volume de uma trilogia tanto para os que atuam e dirigem, quanto para os que apenas estudam teatro. Os admiradores de ‘A Preparação do Ator’ e de ‘A Construção da Personagem’ apreciarão muitíssimo ‘A criação de um Papel’. Neste livro, Stanislavski dedica-se a estudar ‘a preparação de papéis específicos, a partir da primeira leitura da peça e do desenvolvimento da primeira cena’, dissecando todo o trabalho que um ator deve executar para esquecer sua própria individualidade e assumir outra — aquela à qual vai dar vida no palco. A criação de um papel foi traduzido da edição americana pelo crítico e diretor teatral Pontes de Paula Lima, divulgador no Brasil dos processos cênicos criados por Stanislavski. Quer concordando, quer discordando da obra, no todo ou em algumas partes, é impossível não nos sentirmos estimulados e enriquecidos por ela.”
4 – Manual Mínimo do Ator (Dario Fo)
No Manual, Dario Fo traz para os leitores técnicas da arte teatral, baseadas em suas experiências de seus mais de quarenta anos dedicados ao teatro. De forma didática e criativa, ele mostra como construir personagens, cenários e texto teatral. Confira a sinopse:
“Livro de referência necessário para todos que se interessam por conhecer as técnicas da arte teatral, mais especificamente do teatro popular, para sensibilizar o espectador e motivá-lo a ficar atento à seqüência da narrativa dramática.”
5 – História Concisa do Teatro Brasileiro (Décio de Almeida Prado)
O livro traz um panorama das artes cênicas no Brasil. Ao longo da narrativa, Décio de Almeida Prado discorre sobre temas como o teatro romântico e o nascimento da comédia no século XIX, além de outros períodos importantes na história do teatro no país. É importante conhecer a trajetória do teatro no Brasil para entender onde a arte se insere nele hoje em dia. Confira a sinopse:
“Ilustrado com fotografias e caricaturas de época, ‘História concisa do teatro brasileiro (1570-1908)’ é um panorama das artes cênicas no país. Dos autos do padre José de Anchieta ao teatro do Rio de Janeiro do começo deste século, o autor analisa asmanifestações do barroco setecentista, o teatro romântico, o nascimento da comédia em meados do século XIX, o drama histórico na segunda metade desse século e o realismo que veio a substituí-lo, os três tipos de teatro musicado (a opereta bufa, a revista de ano e a mágica) e, por fim, a burleta na virada do século.”
6 – História Mundial do Teatro (Margot Berthold)
A autora fala sobre períodos importantes da história do teatro, desde o teatro primitivo, passando por uma análise da arte do palco da Idade Média, da Renascença e do Barroco até chegar aos dias atuais. Confira a sinopse:
“Este livro, unindo história de dramaturgia e do espetáculo, análise estética e crítica das tendências e correntes artísticas vigentes dentro e fora do palco, as fíguras e as obras marcantes da criação cênica e suas inter-relações, enfeixa num só volume um repertório que será de utilidade indubitável para quem, especialista ou iniciante, buscar em suas páginas informações precisas e uma visão dos períodos mais representativos da história do teatro.”
7 – A Arte do Ator (Jean-Jacques Roubine)
O livro é baseado em referências históricas, como o teatro grego, à ‘commedia dell’arte’ e à cena romântica, passando, também, pelos trinta anos que começam na década de 50, com o pós-guerra. Além disso, Jean-Jacques Roubine analisa o universo do palco contemporâneo, que foi influenciado por fatores vindos do Cinema e da TV. Confira a sinopse:
“Ao caracterizar a arte do ator hoje, em toda a sua diversidade, esse livro não dispensa referências históricas que chegam ao teatro grego, à commedia dell’arte e à cena romântica, embora seu terreno privilegiado sejam os trinta anos que começam na década de 1950, com o pós-guerra. O universo do palco hoje é influenciado por vários fatores que não pertencem à esfera do teatro. Introduzidos pelo cinema ou pela televisão – como o close, por exemplo – ou mesmo pelas descobertas da psicanálise, estes fatores também são analisados. Ao falar do ator de hoje, evocando o intérprete de ontem, Jean-Jacques Roubine começa a formar nesse trabalho a silhueta do ator de amanhã.”
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