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ENTREVISTA COM A PROFª THAIS DE CAMPOS SOBRE SUA PERSONAGEM ALICE EM “FINA ESTAMPA”

Com as suspensões das gravações de filmagens: novelas, filmes e programas de auditório, para evitar o contanto físico e assim combatermos o avanço do contágio dos colaboradores pelo Covid-19, a Rede Globo de Produções voltou a exibir uma série de programas que alcançaram  grande sucesso na programação nos anos anteriores, a fim de manter o nosso isolamento social um pouco mais divertido e dentro das orientações da OMS.

Dentre esta programação de quarentena, a novela  “Fina Estampa”, exibida de agosto de 2011 a março de 2012 – escrita por Aguinaldo Silva, com a co-autoria de Maria Elisa BerredoNelson NadottiPatrícia Moretzsohn e Rui Vilhena, e a colaboração de Rodrigo Ribeiro e Maurício Gyboski e a direção de Marcelo TravessoAry CoslovCláudio Boeckel, Marco Rodrigo e Marcus Figueiredo, com direção geral e núcleo do nosso mestre Wolf Maya – voltou ao ar sendo exibida no horário nobre das 21h00, trazendo no elenco vários professores do nosso Corpo Docente e atores formados na Escola de Atores Wolf Maya.

Mediante ao sucesso da reprise desta produção, a revista QUEM procurou a nossa professora Thais de Campos, atriz que interpreta Alice – a secretaria de Irís (Eva Wilma) – para falar sobre a novela e sobre o nosso momento atual. Leia o trecho principal deste bate-papo neste artigo e a entrevista completa aqui.

 

Qual foi sua reação ao saber que Fina Estampa voltaria a ser apresentada – e no horário das 9?
Fiquei muito feliz, nada como ter um trabalho seu de volta, principalmente no horário nobre. Isso é um presente do universo. Eu só agradeço muito por ter acontecido. Vejo como a gente estava bem guiado, primeiro pela mão de Aguinaldo Silva, que sabe tudo, é muito fera, um diretor maravilhoso, e o segundo maestro seu Wolf Maya que também é um gênio que consegue dar ritmo, modernidade, vida. A direção trazia um ritmo de uma prontidão de coisas acontecendo ao mesmo tempo e que está muito próximo da nossa cabeça de hoje em dia. Os personagens era muito distintos e se uniam e tinham vidas soltas que juntas viraram várias coisas ao mesmo tempo.

Como foi contracenar com Eva Wilma?
Me diverti muito com Eva Wilma, nossa dupla era maravilhosa, batia uma bola incrível, eram divertidíssimas as cenas. E como a gente ria! Apesar de serem duas trambiqueiras, elas não faziam maldade. Elas faziam as coisas apenas para sobreviver e ter um pouco de prazer, porque gostavam de comer bem e beber bem. Elas eram até simples no objetivo delas (risos). Fora isso, o personagem é uma delícia, engraçadíssima. Alice era completamente diferente de mim, tinha uma maneira de rir, de se portar e parar… Meu marido virava e falava ‘não faz essa postura que parece que você tem uma barriga enorme que você não tem’. E eu respondia: ‘não interessa, essa é a personagem, ela anda assim’.

Por que você resolveu se mudar para Portugal?
Moro em Lisboa; a primeira vez que vim aqui foi em 2000 e fiquei sete anos. Entre idas e vindas tem 20 anos nessa ponte-aérea. Mas essa última temporada tem quatro anos. Minha filha Carolina, que vai fazer 16 anos, estava em uma idade que, com a mais velha, a Dalma, já tinha passado maus bocados de querer sair e achar que já é gente. Aqui eu ia ter uma pouco de mais segurança. No Brasil eu me sentia insegura na minha idade, imagina uma adolescente. Desde que vim para cá estou mais tranquila, minha filha vai sozinha para a escola, anda de metrô, vai à praia com os amigos. Quando sai à noite é o pai levando ou de Uber, mas mesmo de Uber fico mais tranquila. No Brasil, a escola dela era dentro do condomínio onde a gente morava e eu não deixa minha filha ir sozinha.

Como é sua vida aí?
Trabalho, tenho vários projetos e continuo a dar aulas (de interpretação), que é algo de que gosto muito. Ensinar, para mim, é mais que um ofício, é uma missão. Me dá muito prazer passar meu conhecimento para o próximo e com isso, de alguma forma, melhorar o ser humano. Mas não dou só aulas, dirijo também. Como atriz é que não estou trabalhando. Estou com saudades, mas acho mais fácil fazer alguma coisa no Brasil.

É reconhecida em Portugal?
As pessoas sempre me tratam com muito carinho. Os portugueses me respeitam, vou a programas de televisão, ainda tenho uma vida artisticamente mais ativa em Portugal. Os brasileiros me reconhecem, são sensações boas tanto do português que me trata com carinho e admiração quanto do brasileiros que têm essa sensação positiva de orgulho. Me sinto muito preenchida de afeto aqui em Portugal, mais até do que no Brasil. Passo mais despercebida no Brasil que aqui. Não que isso seja importante para mim, mas toda manifestação de amor e carinho é sempre bem-vinda.

As pessoas perguntam quando você vai voltar à televisão?
Sempre me pedem para voltar às novelas, sinto que meu trabalho de atriz, em produções como Mulheres de Areia e A Viagem, marcaram muitas pessoas. Ouço muita gente me pedindo para voltar.

Gostaria de voltar a atuar no Brasil?
Como atriz estou aberta a trabalhar em qualquer lugar, tanto no Brasil como em Portugal. A partir do momento que me apaixono pelo personagem eu embarco de cabeça, seja onde for. Como diz Milton Nascimento, o artista vai onde o povo está. Brasil e Portugal para mim são minha casa, vou duas vezes por ano pelo menos ao Brasil, para dar cursos na escola do meu tio. Se Deus quiser e a pandemia permitir, irei de novo em julho.

Falando na pandemia, como está seu cotidiano aí?
Estou ótima, com meu marido e minha filha em casa. Estou bem feliz de estar aqui nesse momento de quarentena; o povo português é muito consciente, tem uma visão do bem comum que eu já tinha visto depois do 11 de Setembro. Naquela época, enquanto a França e a Grécia queimavam ônibus, o português abaixou a cabeça e trabalhou, aceitou os cortes e arregaçou as mãos porque viu que a situação era crítica. Agora é a mesma coisa. Está todo mundo dentro de casa, e quando se sai é para compras, tomando todas as medidas de precaução. Meu marido três vezes por semana vai levar compras na porta da mãe e não entra, não tem beijo, nem abraço. Aqui já passou dos 40 dias de quarentena. Mas como todo país tem gente inconsequente que quer burlas as orientações.

E como está sua família no Brasil?
Minha mãe ficou no Brasil, está em Búzios na casa dela. Wolf está lá em Búzios também, com possibilidade de acessar minha mãe se precisar, uma prima mora a duas casas dela… Ela está bem resguardada, tem pessoas para levar as compras até ela. Minha filha mais velha está na casa ela no Rio, com a amiga com que divide apartamento e seus bichinhos.  Ela agora está gora está mais consciente; no começo, não muito. Ela levou um susto grande agora esses dias quando um amigo dela de 26 anos morreu. Estava falando com você e minha filha mandou uma mensagem aos prantos porque um dos professores dela, atleta, 40 anos, faleceu de Covid-19. É um vírus terrível, mata muito mais idosos, mas também mata jovem e criança. O vírus mata mesmo.

 (Foto: Divulgação/TV Globo/Alex Carvalho)

Eva Wilma e Thais de Campos em Fina Estampa (Foto: Divulgação/TV Globo/Alex Carvalho)

Créditos: Revista Quem publicado em 4 de maio de 2020.

  • RAQUEL PINHEIRO (@RAQUELPINHEIROLOUREIRO)
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